A história do Antigo Egito inicia-se em cerca de 3150a.C., altura em que se verificou a unificação dos reinos do Alto e do Baixo Egito, e termina em 30 a. C.quando o Egito, já então sob dominação estrangeira, se transformou numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio. Durante a sua longa história o Egito conheceria três grandes períodos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, intercalados por três períodos de decadência. Um desses períodos de prosperidade, designado como Império Novo, correspondeu a uma era cosmopolita durante a qual o Egito dominou, graças às campanhas militares do faraó Tutmés III, uma área que se estendia desde Curgos (na Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo) até ao rio Eufrates.
A civilização egípcia foi umas das primeiras grandes civilizações da Humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contatos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.
O território no qual se desenvolveu a civilização do Antigo Egito corresponde, em termos tradicionais, à região situada entre a primeira catarata do rio Nilo, em Assuão, e o Delta do Nilo.
Esta civilização desenvolveu-se graças à existência do rio Nilo, sem o qual o Egito não seria diferente dos desertos que o cercam. Neste sentido, é bem conhecida a frase do historiador grego Heródoto, segundo a qual o Egito era uma dádiva do Nilo, retomando o historiador uma afirmação anterior de Hecateu de Mileto.
Os dois afluentes principais do rio Nilo são o Nilo Branco (que nasce no Lago Vitória) e o Nilo Azul (oriundo dos planaltos da Etiópia). O Nilo corre de sul para norte, desaguando no Mar Mediterrâneo, com uma extensão aproximada de 6695 quilómetros. Todos os anos as inundações do rio, que se iniciavam no Egito na segunda metade de Julho e terminavam em meados de Outubro, depositavam nas margens uma terra negra que fertilizava o solo e que permitiu a prática da agricultura.
Os Egípcios dependiam portanto deste rio e das inundações para a sua sobrevivência. Para além disso, o Nilo era a principal via de transporte, quer de pessoas, quer de materiais. Apesar da dependência do Nilo, o Antigo Egito não deve ser considerado apenas um dom de condições geográficas especiais, como afirmou Heródoto, que talvez quisesse, com esta afirmação, explicar por que o Egito já era uma grande civilização enquanto os gregos ainda viviam em aldeias isoladas. O ponto fundamental é que o Antigo Egito também só existiu graças ao seu sistema de governo centralizado, que organizava a enorme mão-de-obra constituída pela massa de camponeses, e ao engenho de seus construtores, que, desde épocas remotas, edificaram barragens e canais de irrigação para tirar o máximo proveito das águas do Nilo.
O Alto Egito (Ta-chemau) era a estreita faixa de terra com cerca de 900 quilómetros de extensão que tradicionalmente começava em Assuão e terminava na antiga cidade Mênfis (perto da moderna Cairo).
O Baixo Egito (Ta-mehu) correspondia à região do Delta, a norte de Mênfis, onde o Nilo se dividia em vários braços. Território plano favorável à caça e à pesca, foi aqui onde mais se fizeram sentir os contactos com o estrangeiro, sobretudo nos últimos séculos da história do Antigo Egito. Também, por vezes, se distingue na geografia egípcia uma região conhecida como o Médio Egito, que é o território a norte de Qena até à região do Faium.
Para o povo egípcio era uma verdadeira bênção dos deuses. Aliás, o próprio rio era tido como sagrado. O historiador antigo Herotodo fez conhecida a frase "o Egito é uma dádiva do Nilo" - idéia essa que causa a ilusão de que a prosperidade alcançada por esse povo se devia unicamente às condições naturais. Mas para o Egito, o Nilo não era apenas um presente da natureza, as cheias, as margens do rio ficavam cobertar por húmus - adubo natural, que dava ao solo a fertilidade necessária para o plantio.
Máscara funerária de Tutankhamon (Museu Egípcio do Cairo).
Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Egito